quarta-feira, 17 de outubro de 2007

Em desenvolvimento.

Certo dia estava fazendo um relaxamento vespertino à beira-mar quando, lá pelas tantas, ouvi alguém indefinido solicitando que eu relaxasse ainda mais porque estava prestes a participar de uma gira de desenvolvimento.
Eu já ia perguntar como isto seria possível sem eu ao menos sair de onde estava quando me lembrei que isto já acontecera anteriormente e pus-me a relaxar com maior intensidade.
Ainda ouvi este “alguém indefinido” a me dizer que para eu encontrar o terreiro onde aconteceria a gira deveria demonstrar bastante segurança e fé e não entendi bem o porquê até me encontrar no meio de um intenso nevoeiro que não me permitia enxergar um palmo diante do nariz; mas não desanimei e continuei a procurar o terreiro indicado.
Somente após alguns minutos foi que lembrei do fato do “alguém desconhecido” não ter mencionado o nome do terreiro onde ocorreria a gira. Este fato, aliado ao intenso nevoeiro ao meu redor, fez com que a angústia dentro de mim aumentasse terrivelmente e eu pude notar que quanto maior se tornava a minha angústia mais a névoa se condensava e impedia a minha visão.
Foi só ai que me lembrei das palavras do “alguém desconhecido” no que diz respeito à necessidade da fé e da segurança para encontrar o local indicado. Assim eu me sentei no terreno onde me encontrava, fechei os meus olhos e fiz uma fervorosa prece ao Divino criador com toda a fé e segurança de que Ele me levaria ao local indicado.
Por quanto tempo fiquei nessa posição eu não saberia dizer, só sei que quando senti a umidade diminuir intensamente ao meu redor abri os olhos e vi que estava impressionantemente em frente a um terreiro onde um Senhor caboclo me saudava e pedia que eu entrasse naquela casa de caridade; fiz então o que me foi solicitado pelo irmão do plano maior, mas não sem antes ficar muitíssimo impressionado com tamanho e vigor dos sentinelas que estavam a guardar aquele templo religioso.
Entrei então no terreiro e descobri que aquele irmão que estava a me saudar no portão de entrada era o “alguém indefinido” que fizera com que eu me desdobrasse até ali e que, na verdade, se chamava Senhor Caboclo Beira-mar.
Quando entrei no templo percebi que a Entidade chefe estava realizando uma palestra introdutória e preparatória para o momento da incorporação que ocorreria em breves instantes naquela gira de desenvolvimento. O Senhor Caboclo Beira-mar solicitou-me, então, que eu me pusesse a observar circunstâncias que se repetiam em alguns membros do corpo mediúnico que tinham a mediunidade de incorporação.
Percebi então que realmente, com certos membros do templo com esta referida mediunidade, uma incrível coincidência realmente acontecia: o chacra frontal destes médiuns estava parcialmente revestido com uma estranha coloração violeta e eu com minha conhecida vontade de aprender e curiosidade perguntei ao Senhor caboclo Beira-mar o porquê daquela “coincidência”.
— Bem companheiro a coloração violeta envolvendo o chacra frontal de cada médium que você observou representa a irradiação da divina falange dos pretos-velhos para que a energia da transmutação envolva os seus mentais e possa transformar os seus medos em segurança mediúnica.
— Medo? Como assim?
— Medo companheiro, simplesmente medo; ou você já esqueceu do início de seu desenvolvimento mediúnico há alguns anos?
— Medo? Mas medo de que?
— De que você tinha medo no início de seu desenvolvimento mediúnico?
— Bem, eu tinha insegurança muitas vezes por não saber, enquanto a Entidade estava incorporada, se a incorporação havia mesmo ocorrido ou se era eu que ali estava a estalar os dedos.
— Ou seja, companheiro, você tinha o medo de estar cometendo o erro do animismo voluntário, certo?
— Sim Senhor.
— Você possuía algum outro tipo de medo, companheiro?
— Sim senhor, lembro de que quando a entidade estava a comunicar algum fato com alguém, por dentro eu morria de medo querendo entender se quem falava e o que era falado eram provenientes do meu desejo de falar ou do trabalho da entidade.
— Ou seja, você estava temeroso de estar cometendo o erro da mistificação, não é verdade?
— Sim senhor.
— Você ainda possuía algum outro tipo de medo na época do início de seu desenvolvimento, companheiro?
— Sim senhor. Eu me recordo que por várias vezes não firmava o pensamento para auxiliar a entidade que estava incorporada na realização de seus trabalhos por que, justamente devido aos receios anteriores que eu Lhe-disse, estava com medo do corpo mediúnico achar que na verdade a entidade não estava incorporada coisa alguma.
— Ou seja, você estava com medo do julgamento alheio, correto?
— Sim senhor.
— Pois então companheiro, estes, entre outros, são os medos que você pôde observar em alguns médiuns do corpo mediúnico deste templo em que se encontra e que explicam o porquê do chacra frontal dos mesmos estarem envolvidos com uma coloração violeta. Na verdade, companheiro estes medos são comuns e até mesmos freqüentes no início do desenvolvimento mediúnico de qualquer médium, a não ser que este seja portador da raríssima mediunidade da psicofonia inconsciente.
— O senhor então quer dizer que no início do desenvolvimento mediúnico de todo médium este tem o seu chacra frontal envolvido por uma coloração violeta, é isso?
— Não. Os médiuns que você pôde observar no dia de hoje têm o seu chacra frontal envolvido por esta coloração violeta porque os seus medos já se tornaram por demais exarcebados e esta coloração irradiada pela falange dos preto-velhos ai está, antes da incorporação, como lhe disse anteriormente, para que os medos destes médiuns possam ser transmutados em fé no Divino criador e segurança mediúnica, entendeu?
— Sim senhor.
— Entenda que para a névoa que encobre a fé e a segurança mediúnica de todo médium iniciante, no desenvolvimento de sua mediunidade, seja dissipada é vital que estes procurem constantemente sanar as suas dúvidas e ter a humildade de dar tempo ao tempo para que as entidades incorporantes possam aos pouquinhos passar os seus conhecimentos e formas de trabalho. Entendeu a questão da névoa, da fé e da segurança mediúnica?
— Sim senhor.
— Então observe nesta gira um ou outro fato que você veja alguma relevância por que já está quase na hora de você retornar ao corpo físico.
— Mas já Senhor Caboclo Beira-mar, hoje eu não vou poder ficar até o fim da gira?
— Não companheiro, entenda que ordens são ordens e eu tenho que cumpri-las.
— Sim senhor, eu entendo perfeitamente.
— Assim, então, é meu dever lhe informar que assim que se iniciar a incorporação das entidades nesta gira de desenvolvimento, onde também estou incluído, você terá que retornar ao seu corpo carnal.
— Sim senhor, mas parece que as incorporações estão prestes a começar por que eu já estou vendo todas as Entidades já próximas de seus médiuns, não é verdade?
— Sim, é como lhe disse, faltam poucos instantes para você retornar ao corpo físico.
E quando o Senhor Caboclo Beira-mar acabou de pronunciar esta frase uma chuva torrencial de multicores veio do alto e banhou a todos os médiuns e Entidades que estavam na fila do desenvolvimento; a partir desta ocorrência eu observei que nos olhos de cada Entidade havia o brilho de uma lágrima que teimava em não cair de suas faces.
Virei-me então em direção ao Senhor Caboclo Beira-mar para perguntar o motivo desta ocorrência e na hora que eu observei que Ele era a única Entidade no terreiro com duas lágrimas nos olhos fiquei mais intrigado ainda.
Antes que eu abrisse a boca Ele, como se lesse o meu pensamento, veio em meu socorro e passou a me explicar:
— Companheiro, saiba que em toda reunião umbandista de desenvolvimento mediúnico, após a chuva multicor de bênçãos energéticas direcionadas aos médiuns, gerada pelo Criador e observada por você, surge, instantes antes da incorporação, no olhar de cada entidade, o brilho de uma lágrima que reflete a alegria incondicional de cada uma delas tanto por poderem estar servindo à Deus, quanto por estarem auxiliando a seus respectivos médiuns em seus desenvolvimentos e sendo ajudados por estes através da fé e da segurança mediúnica de cada um.
— Puxa, que coisa linda!!!
— A umbanda é que é linda, companheiro.
— Com certeza a umbanda também é linda, mas agora estou observando que as incorporações vão mesmo começar e eu gostaria de Lhe fazer uma última pergunta, posso?
— Tem que ser mesmo a última, companheiro.
— Sim senhor, é que nos olhos de cada entidade eu vi uma lágrima e eu gostaria de saber por que só na Vossa face eu vejo o brilho de duas lágrimas.
— Companheiro, você viu bem, mas na verdade apenas uma dessas lágrimas é minha.
— Verdade?
— Sim, a outra eu faço doação para você por dois motivos: o primeiro reside no fato que tenho fé no Criador que hoje você vai desenvolver bem a sua dose diária de fé e segurança mediúnica, já o outro motivo é para que você possa transformá-la em um ponto cantado umbandista que retrate tudo aquilo vivenciado por você no dia de hoje. Adeus companheiro fique na força e na luz de Tupã, nosso pai!!!
E dito isto, para meu desespero, o Senhor Caboclo Beira-mar foi embora e me deixou completamente inquieto porque, afinal de contas eu não sou compositor, cantor e nunca fiz um ponto umbandista em toda minha vida, então, como Ele disse que eu faria o ponto?
Comecei a ficar nervoso, inquieto, impaciente e nada do referido ponto vir a minha cabeça. Já estava começando a pensar que o sol havia torrado minha cabeça e que havia sido acometido por algum tipo de processo alucinatório.
Foi então que repentinamente uma densa névoa começou a ser formada na beira da praia e eu pude perceber o brilho de apenas uma lágrima em meu olhar, fechei os olhos então, pedi perdão a Deus por minha intolerância e comecei a fazer uma prece pedindo-O que a cada dia desenvolvesse minha fé e segurança mediúnica e foi só dessa forma que eu pude escutar de algum lugar, mas como se estivesse vindo de dentro de minha alma, um ponto que diz assim:




Caboclo solta o brado
Que a chuva já molhou.
A chuva esconde o pranto
de alegria que pingou.

O pingo é o brilho
da luz do Criador.
O choro é a alegria
dos caboclo que chegou.










Salve Deus pai todo-poderoso!!!
Saravá ao Senhor caboclo Beira-mar!!!
Saravá a gira de desenvolvimento!!!



Ass: Um amigo espiritual.



Escrito sob inspiração mediúnica por Pedro Rangel Telles de Sá.

3 comentários:

Anônimo disse...

Parabens mais uma vez!
Sou sua fã!
Com todo respeito,você é um jovem muito responsável e pelo que conheço, não tenho dúvida do seu trabalho.
Quem não tem receio?quem não sente inseguro? afinal,lidamos com o sobre natural,algo que acontece com a gente,na hora que eles permitem não a hora que queremos,isto requer muitíssima responsabilidade e equilíbrio,para que tudo aconteça de forma segura e confiável.
Prestamos caridade a quem precisa,independente da classe ou raça e para isto,precismaos de todas estas ferramentas acima citadas.
Não importa que tipo de mediunidade temos,vidência ou pictografia,incorporação ou intuição,o importante é que temos respeito a nossa virtude e ao nosso povo que procura a casa pela fé ou desepero,em busca de socorros.

Continue meu amigo,se os mensageiros de Deus o procura,é porque encontrou a pessoa certa para seus recados.


grande abraço
Clésida

carlina disse...

Nossa Irmão,
É dificil até de escrever,tamanha emoção.Essas mensagens trazidas até nós por seu intermédio são por demais preciosas e enriquecedoras, falam ao íntimo com tanta força, que temos que parar e meditar sempre.
Parabens!

jasmim disse...

Olá companheiro de caminhada!Sim digo isto porque com lágrimas nos olhos agradeço precioso curativo para minha alma, que há meses estava sem entender as minhas dificuldades nesta tarefa.me sinto muitissimo agradecida pelas orientações, que fortaleceu-me muito.Trabalho num grupo espirita e estava há poucos dias quase que exigindo(desculpe)respostas de amigos espirituais do porque das dificuldades e o querem de mim! E você iluminou minha alma de esperanças e de mais confiança em mim e no alto. que Deus o abençoe sempre!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!