Alguns séculos atrás,na região norte do estado de Alagoas, Nêga Salustiana revirava os olhos na senzala e respirava ofegante tentando entender o que acontecia com ela; uma dor aguda apertava o canto esquerdo do seu peito enquanto ela recordava momentos de sua encarnação presente:
Vivera boa parte da vida na senzala, mas trabalhara na casa grande dos vinte aos cinqüenta anos de idade.
A única coisa que a entristecia era o fato de não ser chamada pelo nome, mas de aberração devido ao fato de ter nascido com uma deficiência que lhe deformava a face.
Entretanto, provavelmente, o mais impressionante na Nêga Salu era o fato dela sempre procurar servir com um sorriso no rosto. Por conta desta característica, inclusive, era muito ofendida: " do que você ri, negrume do inferno?", "Já que você está tão feliz eu vou dobrar os seus trabalhos"; só que nem a própria Salustiana entendia o porque daquele sorriso teimar tanto em brotar de seus lábios constantemente, mas também ela pensava: "se eu não me sinto triste, por que não posso sorrir?"
Quando estava com trinta anos a vida de Salustiana mudou: um certo dia ela foi até a horta retirar algumas folhas de boldo para fazer um chá para a filha mais nova da sua sinhá quando teve uma visão: foi um homem alto, com vestes estranhas e um olhar profundo, duro e penetrante que lhe disse:
— Sua missão deve começar agora!
— Missão?
— Sim. Colocar em prática todo o conhecimento com ervas que você aprendeu do lado de cá.
— Como assim? Suncê é o novo sinhô de Nêga Salu?
— Não Salu. Você é que é minha senhora! Durante muito tempo atrás teus erros passados fizeram-te servir-me no embaixo, mas, mesmo assim, nunca deixei de ser-lhe um servo.
— Suncê fala umas coisa muito difícil pra Nêga entender.
— Você não me entende com a mente, mas sente a verdade do que lhe digo com o seu coração, não é assim?
— Isso inté que é!!!
— Então, isto que é importante: seu coração sentir a presença do Divino Criador e manifesta-la através de seus gestos e sorrisos.
— Nêga tem evitado de sorrir!
— Mas, por que?
— Pra num ser chamada de nêga do inferno.
— Mas, qual o problema nisso?
— Isso num tem problema nenhum porque Nêga sabe que o inferno não tá fora, mas dentro do coração do homem; mas é que toda vez que Nêga é tratada de aberração ela lembra do defeito no rosto e sente tristeza.
— Pois a partir de agora toda vez que você for tratada como aberração, você dará um sorriso de agradecimento pela misericórdia de Deus, sabe por quê?
— Não sinhô!
— Por que seu reencarne pedia este disfarce para afastá-la dos seus inimigos espirituais, entenda esta deformidade como um disfarce proporcionado pela sabedoria divina, entende?
— Sim sinhô!!!
— Esta tua atual reencarnação é importante oportunidade que tens de trabalhar com afinco na caridade para que venha, no momento certo, assumir o seu grau na luz.
— Mas, o que é caridade meu sinhô?
— Caridade é procurar fazer o bem sem olhar a quem, sem interesse algum e, se possível, com um sorriso no rosto como você bem sabe dar.
— Bondade sua, meu sinhô.
— Preciso ser breve Salustiana, pois a sua sinhaninha precisa das ervas para restabelecer a saúde.
— É verdade! Deixa eu pegar meus boldo!
— Não Salustiana, não toque no boldo!!!
— Mas, como Nêga vai fazer o chá sem folhas?
— A resposta está dentro de ti Salu.
— Mas, Nêga num conhece ervas!
— Conhece sim Salu e muito e, a partir de agora, será a hora em que você disto se recordará, feche os olhos!!!
Nêga Salustiana fechou os olhos e viu em sua mente a erva comumente conhecida como chapéu-de-couro e foi quando ela respondeu a seu interlocutor:
— Eu vi, eu vi, meu sinhô!!!
— Então pegue as folhas e faça o chá!!!
— Mas a sinhá vai brigar por que ela mandou Nêga trazer boldo.
— E o que é mais importante: satisfazer o seu orgulho em nunca ter levado uma reprimenda dos seus senhores, ou ter paz no espírito em se ver que se está cumprindo uma missão?
— Você tem razão meu sinhô: é preferível eu ter paz no meu sorriso do que viver com um sorriso amarelo, por isso é que Nêga vai pegar o chapéu-de-couro!
— Nunca se esqueça Salustiana: Deus é contigo! Confie em si mesma! Confie no conhecimento armazenado em seu espírito e use as ervas em favor do próximo, pois são elas que, um dia, te levarão de volta ao seu grau.
— Sim meu sinhô, Nêga vai trabalhar!
Assim respondeu Salustiana, mas aquele ser misterioso já havia ido embora.
Salustiana não desviava da sua missão um segundo sequer: "aprendeu" a benzer, curar, fazer chás, poções e tudo o mais que fosse relacionado aos vegetais; sendo que a primeira destas curas foi com a filha de sua sinhá. Inclusive, esta, vendo o resultado fabuloso que sua filha obteve com a prescrição fitoterápica de sua escrava Salu, passou a testá-la com o trabalho de ervas nos escravos debilitados organicamente da sua fazenda e, depois do resultado positivo de tantos testes, a sinhá de Salu concluiu que ela era praticamente infalível.
Após esta constatação a sua sinhá proibiu-a de colocar os pés outra vez na senzala sendo que Salustiana só atendia àqueles que seus senhores ordenavam.
Uma certa noite, no inicio de sua tarefa fitoterápica, Salu estava colhendo algumas ervas quando um irmão de sina e cor pediu sua presença para auxiliar um velho negro que se encontrava doente na senzala, mas foi impedida de fazê-lo por um capataz que tinha a missão exclusiva de vigiá-la.
Este velho escravo morreu poucos dias depois e nenhum negro daquela fazenda jamais olhou outra vez nos olhos de Salustiana sendo que muitos até cuspiam no chão discretamente quando passavam perto dela: pensavam nela como uma traidora.
Mas Salustiana não tinha tempo para ficar triste tamanha era a quantidade de trabalho a que era submetida, pois se das seis as dezoito horas ela trabalhava normalmente na Casa Grande, a partir das vinte horas ele devia sempre estar disponivel para atender aqueles que lhe fossem encaminhados por seus senhores, sendo que quase a totalidade destes eram escravos de outras fazendas encaminhados até ali por seus senhores. Salustiana, enquanto escrava, nada ganhava economicamente para exercer esta tarefa, mas os senhores dela ganharam um bom dinheiro explorando esta habilidade dela com as ervas.
Tanto era o trabalho de Salustiana que no dia em que completou quarenta e três anos de idade sua aparência era de mais de sessenta.
Aos quarenta e cinco anos ela começou a manifestar um sério problema no coração e sua sinhá resolveu diminuir consideravelmente as suas tarefas na Casa Grande: só o que não diminuía era o seu trabalho com as ervas.
Poucos anos depois o senhor de Salustiana manifestou uma grave enfermidade na estrutura óssea do corpo físico.
Salu era convocada a intervir e muito minorou o sofrimento de seu senhor, mas não houve jeito e alguns meses depois ele veio a falecer.
A sinhá acusou Salu de incompetente, ineficiente e a devolveu, aos cinqüenta anos de idade, para a senzala.
A sinhá também aumentou consideravelmente a carga de trabalho de Salu; fato que agravou ainda mais os problemas em seu coração e, para completar, o desprezo dos escravos por ela não diminuira em nada com o tempo.
Nem é preciso muito esforço para se prever que poucas semanas após estes infortúnios encontraríamos Salustiana a revirar os olhos e respirar ofegante, com pontadas no lado esquerdo do peito, tentando entender o que acontecia com ela.
Forçando as vistas ao olhar o canto esquerdo do portão de entrada da senzala ela viu surgir na sua frente aquele mesmo ser que vira na horta da Casa Grande décadas atrás. Foi ele quem disse a ela:
— O que você teme?
— Num posso morrer agora meu sinhô, num posso!
— Por que não?
— Minha missão está incompleta, eu passei a vida curando com muito amor quem a minha sinhá e o meu sinhô queria e quando Deus me deu a chance de tentar reconquistar o amor de meus irmãos de raça aqui da senzala e trabalhar por eles eu num posso morrer!!!
— Sua missão está encerrada, você conseguiu completa-la!
— Mas, como? Meus irmãos têm ódio por mim!
— Um dia tudo será entendido, mas agora você precisa vir.
— Tudo bem, eu confio no sinhô!!! Me leva meu sinhô!!!
Imediatamente após o desencarne Salustiana era pura luz e, achando tudo aquilo bem estranho, perguntou a seu interlocutor:
— Que luz é esta meu sinhô? Quem é suncê, meu sinhô?
— Esta é a luz de Deus que trouxeste até a ti própria, pela prática do bem; quanto a mim, podes chamar-me de guardião da porteira.
— Guardião da porteira? O senhor abre portas?
— Não, sou só um atravessador!!! Atravesso pelas portas de Deus aqueles que, pela prática da caridade, conseguem abrir essas portas.
— Então o senhor veio me atravessar?
— Já lhe atravessei da morte para a vida.
— Mas eu morri, tô morta!!!
— Não Salustiana, você está viva na verdadeira vida que é a espiritual, agora feche os olhos e concentre-se para que possas retornar ao seu lugar original.
Assim foi feito e assim Nêga Salu, graças à prática incessante e abnegada da caridade conseguiu retomar o seu posto na luz na hierarquia divina.
Atualmente ela trabalha como uma preta-velha juremeira que trabalha no campo santo: através das ervas ela cura, sara e regenera àqueles espíritos que se fazem merecedores a fim de que possam ser levados para seus lugares de merecimento.
Nêga Salu, por onde passa, não cansa de repetir uma frase que tanto vivenciou em sua última encarnação: fora da caridade, não há salvação!!!
Vivera boa parte da vida na senzala, mas trabalhara na casa grande dos vinte aos cinqüenta anos de idade.
A única coisa que a entristecia era o fato de não ser chamada pelo nome, mas de aberração devido ao fato de ter nascido com uma deficiência que lhe deformava a face.
Entretanto, provavelmente, o mais impressionante na Nêga Salu era o fato dela sempre procurar servir com um sorriso no rosto. Por conta desta característica, inclusive, era muito ofendida: " do que você ri, negrume do inferno?", "Já que você está tão feliz eu vou dobrar os seus trabalhos"; só que nem a própria Salustiana entendia o porque daquele sorriso teimar tanto em brotar de seus lábios constantemente, mas também ela pensava: "se eu não me sinto triste, por que não posso sorrir?"
Quando estava com trinta anos a vida de Salustiana mudou: um certo dia ela foi até a horta retirar algumas folhas de boldo para fazer um chá para a filha mais nova da sua sinhá quando teve uma visão: foi um homem alto, com vestes estranhas e um olhar profundo, duro e penetrante que lhe disse:
— Sua missão deve começar agora!
— Missão?
— Sim. Colocar em prática todo o conhecimento com ervas que você aprendeu do lado de cá.
— Como assim? Suncê é o novo sinhô de Nêga Salu?
— Não Salu. Você é que é minha senhora! Durante muito tempo atrás teus erros passados fizeram-te servir-me no embaixo, mas, mesmo assim, nunca deixei de ser-lhe um servo.
— Suncê fala umas coisa muito difícil pra Nêga entender.
— Você não me entende com a mente, mas sente a verdade do que lhe digo com o seu coração, não é assim?
— Isso inté que é!!!
— Então, isto que é importante: seu coração sentir a presença do Divino Criador e manifesta-la através de seus gestos e sorrisos.
— Nêga tem evitado de sorrir!
— Mas, por que?
— Pra num ser chamada de nêga do inferno.
— Mas, qual o problema nisso?
— Isso num tem problema nenhum porque Nêga sabe que o inferno não tá fora, mas dentro do coração do homem; mas é que toda vez que Nêga é tratada de aberração ela lembra do defeito no rosto e sente tristeza.
— Pois a partir de agora toda vez que você for tratada como aberração, você dará um sorriso de agradecimento pela misericórdia de Deus, sabe por quê?
— Não sinhô!
— Por que seu reencarne pedia este disfarce para afastá-la dos seus inimigos espirituais, entenda esta deformidade como um disfarce proporcionado pela sabedoria divina, entende?
— Sim sinhô!!!
— Esta tua atual reencarnação é importante oportunidade que tens de trabalhar com afinco na caridade para que venha, no momento certo, assumir o seu grau na luz.
— Mas, o que é caridade meu sinhô?
— Caridade é procurar fazer o bem sem olhar a quem, sem interesse algum e, se possível, com um sorriso no rosto como você bem sabe dar.
— Bondade sua, meu sinhô.
— Preciso ser breve Salustiana, pois a sua sinhaninha precisa das ervas para restabelecer a saúde.
— É verdade! Deixa eu pegar meus boldo!
— Não Salustiana, não toque no boldo!!!
— Mas, como Nêga vai fazer o chá sem folhas?
— A resposta está dentro de ti Salu.
— Mas, Nêga num conhece ervas!
— Conhece sim Salu e muito e, a partir de agora, será a hora em que você disto se recordará, feche os olhos!!!
Nêga Salustiana fechou os olhos e viu em sua mente a erva comumente conhecida como chapéu-de-couro e foi quando ela respondeu a seu interlocutor:
— Eu vi, eu vi, meu sinhô!!!
— Então pegue as folhas e faça o chá!!!
— Mas a sinhá vai brigar por que ela mandou Nêga trazer boldo.
— E o que é mais importante: satisfazer o seu orgulho em nunca ter levado uma reprimenda dos seus senhores, ou ter paz no espírito em se ver que se está cumprindo uma missão?
— Você tem razão meu sinhô: é preferível eu ter paz no meu sorriso do que viver com um sorriso amarelo, por isso é que Nêga vai pegar o chapéu-de-couro!
— Nunca se esqueça Salustiana: Deus é contigo! Confie em si mesma! Confie no conhecimento armazenado em seu espírito e use as ervas em favor do próximo, pois são elas que, um dia, te levarão de volta ao seu grau.
— Sim meu sinhô, Nêga vai trabalhar!
Assim respondeu Salustiana, mas aquele ser misterioso já havia ido embora.
Salustiana não desviava da sua missão um segundo sequer: "aprendeu" a benzer, curar, fazer chás, poções e tudo o mais que fosse relacionado aos vegetais; sendo que a primeira destas curas foi com a filha de sua sinhá. Inclusive, esta, vendo o resultado fabuloso que sua filha obteve com a prescrição fitoterápica de sua escrava Salu, passou a testá-la com o trabalho de ervas nos escravos debilitados organicamente da sua fazenda e, depois do resultado positivo de tantos testes, a sinhá de Salu concluiu que ela era praticamente infalível.
Após esta constatação a sua sinhá proibiu-a de colocar os pés outra vez na senzala sendo que Salustiana só atendia àqueles que seus senhores ordenavam.
Uma certa noite, no inicio de sua tarefa fitoterápica, Salu estava colhendo algumas ervas quando um irmão de sina e cor pediu sua presença para auxiliar um velho negro que se encontrava doente na senzala, mas foi impedida de fazê-lo por um capataz que tinha a missão exclusiva de vigiá-la.
Este velho escravo morreu poucos dias depois e nenhum negro daquela fazenda jamais olhou outra vez nos olhos de Salustiana sendo que muitos até cuspiam no chão discretamente quando passavam perto dela: pensavam nela como uma traidora.
Mas Salustiana não tinha tempo para ficar triste tamanha era a quantidade de trabalho a que era submetida, pois se das seis as dezoito horas ela trabalhava normalmente na Casa Grande, a partir das vinte horas ele devia sempre estar disponivel para atender aqueles que lhe fossem encaminhados por seus senhores, sendo que quase a totalidade destes eram escravos de outras fazendas encaminhados até ali por seus senhores. Salustiana, enquanto escrava, nada ganhava economicamente para exercer esta tarefa, mas os senhores dela ganharam um bom dinheiro explorando esta habilidade dela com as ervas.
Tanto era o trabalho de Salustiana que no dia em que completou quarenta e três anos de idade sua aparência era de mais de sessenta.
Aos quarenta e cinco anos ela começou a manifestar um sério problema no coração e sua sinhá resolveu diminuir consideravelmente as suas tarefas na Casa Grande: só o que não diminuía era o seu trabalho com as ervas.
Poucos anos depois o senhor de Salustiana manifestou uma grave enfermidade na estrutura óssea do corpo físico.
Salu era convocada a intervir e muito minorou o sofrimento de seu senhor, mas não houve jeito e alguns meses depois ele veio a falecer.
A sinhá acusou Salu de incompetente, ineficiente e a devolveu, aos cinqüenta anos de idade, para a senzala.
A sinhá também aumentou consideravelmente a carga de trabalho de Salu; fato que agravou ainda mais os problemas em seu coração e, para completar, o desprezo dos escravos por ela não diminuira em nada com o tempo.
Nem é preciso muito esforço para se prever que poucas semanas após estes infortúnios encontraríamos Salustiana a revirar os olhos e respirar ofegante, com pontadas no lado esquerdo do peito, tentando entender o que acontecia com ela.
Forçando as vistas ao olhar o canto esquerdo do portão de entrada da senzala ela viu surgir na sua frente aquele mesmo ser que vira na horta da Casa Grande décadas atrás. Foi ele quem disse a ela:
— O que você teme?
— Num posso morrer agora meu sinhô, num posso!
— Por que não?
— Minha missão está incompleta, eu passei a vida curando com muito amor quem a minha sinhá e o meu sinhô queria e quando Deus me deu a chance de tentar reconquistar o amor de meus irmãos de raça aqui da senzala e trabalhar por eles eu num posso morrer!!!
— Sua missão está encerrada, você conseguiu completa-la!
— Mas, como? Meus irmãos têm ódio por mim!
— Um dia tudo será entendido, mas agora você precisa vir.
— Tudo bem, eu confio no sinhô!!! Me leva meu sinhô!!!
Imediatamente após o desencarne Salustiana era pura luz e, achando tudo aquilo bem estranho, perguntou a seu interlocutor:
— Que luz é esta meu sinhô? Quem é suncê, meu sinhô?
— Esta é a luz de Deus que trouxeste até a ti própria, pela prática do bem; quanto a mim, podes chamar-me de guardião da porteira.
— Guardião da porteira? O senhor abre portas?
— Não, sou só um atravessador!!! Atravesso pelas portas de Deus aqueles que, pela prática da caridade, conseguem abrir essas portas.
— Então o senhor veio me atravessar?
— Já lhe atravessei da morte para a vida.
— Mas eu morri, tô morta!!!
— Não Salustiana, você está viva na verdadeira vida que é a espiritual, agora feche os olhos e concentre-se para que possas retornar ao seu lugar original.
Assim foi feito e assim Nêga Salu, graças à prática incessante e abnegada da caridade conseguiu retomar o seu posto na luz na hierarquia divina.
Atualmente ela trabalha como uma preta-velha juremeira que trabalha no campo santo: através das ervas ela cura, sara e regenera àqueles espíritos que se fazem merecedores a fim de que possam ser levados para seus lugares de merecimento.
Nêga Salu, por onde passa, não cansa de repetir uma frase que tanto vivenciou em sua última encarnação: fora da caridade, não há salvação!!!