domingo, 23 de dezembro de 2007

Perdão: luz do amor


Ditado por um amigo espiritual



Acende a luz zifio, pra Nêga Véia enxergar suncê!
Nêga tá no escuro zifio e precisa voltar a ver!
Esse ódio e ignorância fez Nêga Véia estar aqui,
tentando ajudar suncê a encontrar a luz que pode lhe fazer feliz.
Esta luz tá dentro de suncê zifio, suncê só precisa procurar de verdade.
Querer e fazer brilhar a sua vida com a luz que vem da humildade.
Nêga Veia conhece o seu lado escuro zifio e não fica surpresa com o potencial de maldade,
pois Nêga também conhece o seu lado divino na luz: àquele que leva a real felicidade!
Nêga entende seu destempero e rancor, zifio, mas se “alimentar” com o ódio não vai resolver.
Faça uma “dieta” deste alimento para que essa fome possa desaparecer.
Nêga entende sua sede de justiça zifio, sua vontade de “beber” da raiva para ver se esta sede termina,
mas Nêga Véia fala que o único liquido que pode saciar esta sede é aquele formado da água que vem da fonte infalível da Justiça Divina.
Beba desta água zifio, deguste apenas o alimento do amor!
Apenas assim suncê ficará renovado e poderá esquecer esta dor!
Dor que está deixando em trevas todo o coração do zifio:
um lugar onde já houve tanta luz e que hoje tá um breu de tanta tristeza.
Tá tão escuro e gelado que Nêga não consegue ver suncê com clareza
Nêga Véia não gosta de frio zifio e é por isso que pede:
Não se zangue com seu irmão, dobre os joelhos e faça-lhe uma prece!!!
Nêga Véia não gosta de escuro zifio e é por isso que faz um pedido pra sua própria evolução:
Não deixe Nêga Véia na escuridão, zifio!!!
Esqueça tudo e perdoe o seu irmão!!!
Só assim suncê poderá acender a luz que iluminará o teu coração!!!





Saravá a Deus pai Todo Poderoso!!!
Saravá a toda a linha dos preto-velhos!!!
Saravá o perdão, a misericórdia e o amor!!!

terça-feira, 4 de dezembro de 2007

O EDUCANDÁRIO



Ditado pelo Caboclo sete estrelas.


Certa vez estava andando por uma região belíssima que eu, mesmo sendo pouco viajado, tinha a plena convicção de que não pertencia a nenhuma localidade terrestre.
Não sabia como havia parado ali, só tinha dentro de meu peito um enorme sentimento de gratidão pelo Divino Criador haver me proporcionado a oportunidade de poder estar conhecendo um lugar tão maravilhoso: eu caminhava por uma calçada principal circundada por um verde tão lindo que eu parecia estar respirando, junto com o oxigênio, a própria essência vegetal; e no meio de todo este verde existiam flores coloridas e das mais variadas espécies que me faziam ter a sensação de que caminhava em paralelo a um arco-íris maravilhoso .
Olhei bem à minha frente e percebi que aquela calçada conduzia para uma enorme edificação toda colorida de um verde “grama” e que possuía em seu ápice uma estrela de sete pontas ladeada por algumas colunas que possuíam em sua parte superior uma espécie de pirâmide formada de um cristal parecido com mármore totalmente branco.
Não sei por que, mas como alguma coisa dizia dentro de mim que eu deveria adentrar aquela estrutura não pensei duas vezes e assim o fiz.
Quando iria iniciar minhas observações no interior daquele prédio apareceu um senhor de estatura média, cabelos brancos que denunciavam uma calvície acentuada e fisionomia muito simpática apresentando-se como Hermógenes e dizendo que eu não teria permissão para fazer a descrição interna daquela instituição.
Disse, então, a Hermógenes que obedeceria a ele prontamente e lhe perguntei que tipo de instituição era aquela, ao que ele respondeu:
— Penso que não seria interessante você catalogar esta instituição em uma só categoria, mas se mesmo assim você desejar posso lhe dizer que essa instituição funciona como um educandário.
— Como?
— Isto mesmo que você ouviu meu irmão, um educandário.
— Mas um educandário é uma instituição de ensino; qual tipo de ensinamento vocês ministram por aqui?
— Aulas de reforço.
— Como?
— Aulas de reforço.
— Como assim?
— Como funcionam as aulas de reforço nos educandários terrestres?
— Bem, elas têm a função de proporcionar ao aluno que não apreendeu de forma satisfatória um determinado conteúdo uma nova oportunidade de assim faze-lo.
— E o nosso educandário aqui neste plano de existência também trabalha da mesma forma, a diferença é que os conteúdos ministrados aqui não são os mesmos das cátedras terrestres.
Percebendo que eu já não agüentava mais de tanta curiosidade foi que Hermógenes complementou sua fala:
— Nosso educandário fornece aulas de reforço para aqueles irmãos que, por um motivo ou outro, esmoreceram na fé.
— Então você está me dizendo que ao saírem deste educandário as pessoas levam consigo um renovado sentimento de fé em Deus, é isso?
— Não só em Deus, mas também uma renovação expansora do sentimento de fé em si mesmas.
— Então este educandário tem como missão fortalecer o sentimento de fé de seus freqüentadores?
— Exatamente.
— E os freqüentadores deste educandário são espíritos encarnados ou desencarnados?
— Nas duas situações.
— Sério?!?
— Sério. Por que o espanto?
— É que mesmo não sabendo como vim parar aqui sinto, de alguma forma, como se esta localidade ficasse muito distante da crosta terrestre.
— E suas impressões não estão erradas, mas se um espírito encarnado precisar de um “reforço” não poderá ficar sem um auxilio efetivo apenas pelo fator distância, certo?
— Nossa, mas este educandário me parece tão distante da terra! Existem mesmo encarnados que vem aqui para receber estas aulas de reforço?
— Claro que sim, ou você acha que está aqui no dia de hoje tão somente como “repórter espiritual”?
— Eu me encontro com minha fé esmorecida?
— “Conheça a verdade e a verdade vos libertará”, disse uma vez um grande sábio.
— Como?
— Um outro sábio disse: “ conhece a ti mesmo”.
— Mas a minha fé em Deus continua inabalada!
— Até concordo, mas e atua fé em si mesmo?
— .......................
— O teu silêncio me diz que concordas comigo, entretanto, você não está aqui para ser acusado de nada, mas para receber o auxilio que o teu merecimento lhe faculte.
— E para onde devo me dirigir para receber esta benção divina?
— Para o mesmo local onde estão se dirigindo todas as pessoas que você está vendo subir aquelas escadas, ou seja, para o Salão Expansor da Fé Cristalina.
— Como?
— Um auditório meu irmão.
— O senhor poderia me acompanhar, irmão Hermógenes?
— É justamente para isto que estou aqui companheiro. Vamos?
— Claro.
Chegando ao referido auditório procurei assentar-me e pude observar, com certo espanto, que o palestrante da noite tinha o corpo todo banhado por uma tênue luz dourada como se fosse irradiada de dentro para fora, pensei até em fazer um comentário a este respeito com o irmão Hermógenes, mas ao observar que não só ele, mas todos os espectadores encaravam o fato com naturalidade eu, procurando não fazer feio, resolvi silenciar.
O auditório estava completamente lotado, com cerca de mil e duzentas “pessoas”, e a palestra já estava para ser iniciada.
— Boa noite meus irmãos em Deus-Pai Todo-poderoso, o meu nome é Zacarias e estamos todos aqui esta noite com o objetivo de estudar e nos entronizarmos com o Divino sentido da fé cristalina, entretanto, antes de iniciarmos nossos estudos, gostaria que todos firmassem o pensamento comigo na realização de uma prece:
“ Salve divino pai Olorum, causa primária de todas as coisas!
Salve divino pai Oxossi, por ter permitido a presença de todos nós, os vossos humanos filhos, neste santuário sagrado em busca do conhecimento divino!
Salve divino Pai Oxalá, por ter permitido a congregação de todos nós com o objetivo de, através da aquisição de novos conhecimentos sobre o divino, fortalecemos a nossa fé em Ti e na amada religião de umbanda!
Permita Pai supremo e sagrado, que possamos sair daqui renovados e prontos para defendê-lo na prática da nossa amada religião não só com o escudo da fé, mas também com a espada do conhecimento.
Faça com que esta espada divina, em nossas mãos, jamais sirva como um instrumento de ataque e sim como de defesa nas nossas lutas do dia-a-dia contra o preconceito e a intolerância religiosa, contra a timidez que temos em professar a nossa amada religião sem temores e sem pudores.
Permitas, enfim, que possamos servi-lo dignamente com os instrumentos da fé e do conhecimento onde quer que venhamos a ser solicitados na prática da caridade em busca da evolução de nosso espírito.
Que assim seja!”

Devo confessar que acompanhei a prece com todo o fervor do meu coração só que de olhos abertos e sinceramente posso dizer que não me arrependo por que a cena que presenciei foi tão linda que não me faz sentir arrependido: a partir do instante que Zacarias começara a sua prece eu pude observar centenas, milhares de bolinhas douradas descerem do alto do auditório e cairem sobre todos os presentes, inclusive sobre mim. O mais interessante é que estas bolinhas ao alcançarem nosso corpo despertavam uma sensação de fé tão forte em Deus e na vida que as lágrimas de gratidão banhavam facilmente os nossos olhos. Na verdade foi uma cena tão linda que jamais poderei apagá-la de dentro de mim!
Depois da oração Zacarias iniciou a sua prédica:
— Prezados irmãos de fé, estamos reunidos nesta linda noite apenas para que possamos responder uma singela pergunta: a umbanda é uma religião cristã?
Um grande murmúrio começou no salão após esta pergunta, mas o irmão Zacarias retomou a fala:
— Aqueles que acham que a umbanda é uma religião cristã, por favor, levantem a mão direita!
Pode parecer incrível, mas em menos de trinta segundos toda a “platéia” estava com a mão erguida, Zacarias, então, retomou a sua fala:
— Lindo, companheiros!! Muito linda esta cena que acabo de presenciar: todos com a mão direita em riste dizendo de forma unânime que vós, por serem umbandistas, também seguis os preceitos do Cristo planetário. Muitos de vocês levantaram as mãos conscientes do porque a umbanda é uma religião cristã, outros inconscientemente, mas isto não é importante, o importante é todos vocês terem a idéia de que a umbanda é cristã. Estamos aqui esta noite para discutirmos esta questão da cristandade da umbanda, para expandirmos nossa visão do Cristo, para expandirmos nossa visão da umbanda, pois da mesma forma que Jesus não é só a umbanda, a umbanda também é Jesus e muito mais.
Devo confessar que é ótimo palestrante o irmão Zacarias! Sabe a hora certa de colocar cada vírgula com precisão em sua prédica. Continuamos eu e toda a platéia a escutá-lo:
— Muitos dos irmãos aqui presentes sabem que Jesus não é o orixá Oxalá, ou seja, aquele responsável pela irradiação do sentido da fé em toda a criação divina, mas Jesus é um ser fatorado na irradiação de Oxalá, é o Cristo planetário, aquele responsável pela irradiação divina da fé em todo o planeta Terra, mas não em toda criação divina. Sendo assim, Jesus é um irradiador do divino sentido da fé em todas as religiões existentes na terra, até mesmo daquelas que não se dizem cristãs e foi justamente por isso que eu disse que Jesus não é só umbanda, ou seja, Jesus não é um irradiador do sentido da fé apenas na religião de umbanda, mas em todas as religiões do planeta.
A umbanda, meus amados irmãos de fé, é cristã por que segue a risca os divinos mandamentos de Jesus: “Amar a Deus acima de todas as coisas e ao próximo como a ti mesmo”, Jesus é amor e a umbanda também é amor justamente por praticar este abnegado amor através da caridade.
Muitos irmãos de fé ficam receosos de dizerem que são cristãos quando são perguntados em relação a isto pelo fato do umbandista muitas vezes considerar como cristãos somente aqueles que seguem a bíblia, entretanto, como já disse anteriormente, cristão não é aquele que segue a bíblia, mas aquele que segue os preceitos de amor fraterno e incondicional do Cristo.
O umbandista só por levantar a bandeira da caridade pode e deve se considerar cristão.
Entendam meus amados que a umbanda é uma religião bem recente e que, justamente por este fato, ainda não possui um livro religioso que possa ser considerado como único para todos os irmãos de fé, tais como a própria bíblia ou o alcorão; mas não se enganem por que, a despeito deste fato, a umbanda tem princípios teológicos que são intrínsecos a ela tais como as Sete linhas de umbanda que, por sua vez, justificam o que disse anteriormente no que concerne a relação entre umbanda e Jesus, qual seja, “a umbanda é Jesus e muito mais”, pois vejam meus amados, Jesus é um representante do divino sentido da fé, mas sete são as linhas de umbanda e sete são os sentidos da criação Divina, isso significa dizer que além do sentido da fé, irradiado por Oxalá, a umbanda tem, através da irradiação dos Orixás, mais seis sentidos que são: justiça, lei, conhecimento, evolução, vida e amor.
A umbanda é Jesus e muito mais. É Jesus, mas também são os Orixás, os Caboclos, os Preto-velhos, as Crianças, os Exus e Pomba-giras, etc. Este fato não faz da umbanda uma religião melhor e nem pior que as demais, faz dela uma religião que é única, natural, com sua própria teologia e que, justamente pelos fatos expostos, não deve servir de empecilho para que os umbandistas andem entre seus irmãos por paternidade Divina e de outras denominações religiosas, com a cabeça erguida, com orgulho de se dizerem umbandistas e com a sabedoria de se afirmarem também enquanto cristãos. Caminhem com esperança pelo mundo por que Deus é convosco, caminhem em direção a Deus todos os que se sentem injustiçados e o amor de Xangô irá consolá-los, caminhem em direção a Deus todos que se sentem desesperançados que Yemanjá há de gerar vida em abundância em vossas existências. Sejam felizes meus amados e que Deus os abençoe.
Quando o irmão Zacarias terminou sua explanação fiquei estupefato ao perceber que todos nós, os expectadores, estávamos irradiando uma luz muito forte na região acima de nossa cabeça, olhei ao lado para Hermógenes e, graças a Deus, ele pôde me responder:
— Lembra quando eu lhe disse que este prédio é um educandário com o propósito de fortalecer a fé?
— Perfeitamente.
— Pois bem, esta luz irradiada pelo chacra coronário de vocês significa que o objetivo de fortalecimento da fé foi alcançado.
— Meu Deus, mas que coisa mais linda!
— É companheiro, a fé é luz que ilumina a vida de todo espírito que procura desenvolvê-la.
— É verdade.
— Que Deus abençoe não só a você, mas a todos que aqui estiveram, fazendo com que, de alguma forma, vocês possam sempre orar e vigiar a fim de manter o brilho de vossas coroas do jeito que está e, porque não dizer, aumentá-lo de intensidade ainda mais.
Quando Hermógenes acabou de me dizer esta frase nós já estávamos do lado de fora do educandário e foi então que eu perguntei a ele:
— Quer dizer que a minha tarefa de hoje está acabada, que eu já vou retornar para o corpo físico?
— A tarefa de lustrar cada dia mais o brilho de sua coroa através do exercício da fé raciocinada e da prática da caridade não termina nunca, você me entende meu amigo?
— Sim senhor!
— Já está na hora, de fato, de você retornar ao corpo físico, mas não vá sem antes dar um abraço neste Caboclo.
Procurei aproximar-me dele achando inusitado não só o fato dele me pedir um abraço, mas também por ele ter dito que é um Caboclo e ter me chamado de “amigo” e o questionei em relação a este fato, ao que ele respondeu-me:
— Só um amigo oferta um abraço a outro, você não está me reconhecendo?
— Desculpe, mas, não senhor.
— Não importa. O importante é que nos conhecemos, me dê cá um abraço!
Abracei-o com lágrimas nos olhos e agradeci:
— Obrigado por tudo irmão Hermógenes!!!
— Este Caboclo é que agradece. Vá na força e na luz de Tupã nosso pai e nunca se esqueça de que meu nome pouco importa.
— Sim senhor.
— Importante é o laço fraterno da amizade.
— É verdade!
— Meu nome não é importante até mesmo por que aos olhos do Criador eu nada sou.
— Que é isso irmão Hermógenes!
— Não estou com autocomiseração, estou apenas constatando o fato de que nenhum espírito jamais deve se acomodar na prática da caridade, pois a evolução não cessa nunca. Eu digo que nada sou não como um gesto de atitude humana e pessimista, mas como uma mola propulsora que sempre possa me impulsionar em direção à humildade, a fraternidade e caridade.
— Sim senhor.
— Como estava dizendo eu, aos olhos do Criador, nada sou, mas quando tenho que ser alguma coisa, então sou como a cor de uma única pena de papagaio.
— Como?
— Vá na força e na luz de Tupã nosso pai!!!
Acordei e não entendi a metáfora, os dias se passaram e nada. Só agora, meus irmãos de fé, no momento em que lhes passo esta mensagem é que tudo ficou claro: O irmão Hermógenes, trabalhador do educandário onde existe o Salão Expansor da Fé Cristalina, é, como ele mesmo disse, da cor de uma única pena de papagaio, ou seja, o irmão Hermógenes é um Senhor Caboclo Pena Verde.





Salve o conhecimento!!!
Salve a fé!!!
Salve os Senhores Caboclos!!!
Salve o Sr. Caboclo Pena verde!!!